Muitas vezes ouço pessoas dizendo que não “acreditam” em Astrologia porque acham absurdo que planetas estejam fazendo coisas acontecerem nas nossas vidas. Já ouvi esse tipo de conclusão até de escritores conhecidos; muitas vezes, e infelizmente, pessoas que admiro. A Astrologia não “faz” as coisas acontecerem, quem faz as coisas somos nós, cada um, pela atuação do poder da nossa vontade. A Astrologia também não é religião ou uma crença, é uma linguagem (Pam Gregory, uma astróloga britânica pergunta: “você não diria que não acredita no Francês ou no Italiano, diria?”).
Planetas, e tudo o que existe, libera um tipo particular de energia. Todas as energias liberadas no universo “conversam” entre si, como deve ser e como faz sentido, porque nada existe sem interação, pois a vida, de qualquer tipo, é movimento. Essa interação entre todas as energias que existem é a malha da realidade. Sobre ou dentro dessa malha da realidade — que é como um palco: um tablado e sua ambiência — inúmeras narrativas podem acontecer ou ser criadas, consciente ou inconscientemente. É aí que nós e a Astrologia entramos. A Astrologia tenta apontar algumas possibilidades narrativas; e nós... nós somos os criadores divinos que, caminhando sobre/dentro da malha da realidade, podemos atuar o que for, sem limites, aproveitando as energias disponíveis. Como alquimistas, nós somos. Quanto mais sabemos o que são essas energias, como funcionam, e quanto mais lúcidos estamos, mais podemos criar conscientemente. Mais podemos fazer uso delas. Como deuses.
A astrologia é uma linguagem muito antiga, e por isso sábia, mas que é “open source” (de fonte aberta), portanto continua sendo desenvolvida indefinidamente e sem dogmas, e, portanto, não para no tempo, ela cresce junto com a humanidade. É uma linguagem que lê e analisa a movimentação do cosmos, pois segue a lei Hermética de que “assim em cima como embaixo, assim dentro como fora”. Portanto, como tudo é espelho, olhando o céu podemos ter uma boa ideia, no profundo, do que está acontecendo conosco, ao nosso redor e com o mundo. E aí, sim, com mais informações, podemos direcionar nossa vontade com mais lucidez. Como diz uma astróloga que admiro, Luludy, a Astrologia pelo seu poder de analisar profundamente através de uma coleção vasta de símbolos, pode aconselhar — e quem está aconselhado está por dentro. E não está por fora.
A Astrologia Profunda, portanto, é uma linguagem simbólica. E sabe quem se comunica da mesma forma? Nossa mente profunda: sim, o inconsciente; e lá está todo o ouro em nós. Todas as nossas verdades. A Poesia, os Sonhos, a Arte, todos seguem a mesma linguagem. A filósofa Viviane Mosé diz: não somos seres racionais, somos seres simbólicos: damos significados às coisas. Ou seja, simbolizamos dia e note, mas pensamos que estamos sendo “objetivos e racionais”. Bem, se o Inconsciente, a Poesia, a própria Arte, os Sonhos e toda a Psicanálise usam a mesma linguagem simbólica, o Cosmos não a usaria por que?
De fato, notícias do telescópio James Webb fizeram cientistas pensarem sobre a possibilidade do cosmos funcionar como um grande cérebro, ou talvez nosso cérebro ser um espelho do universo.*
A Astrologia é uma das linguagens que lê o cosmos em sua potente simbologia e fenomenologia. É uma ferramenta de análise simbólica e quântica (pois admite o ponto de vista e a perspectiva como fatos energéticos).
Meu pão com manteiga diário é o trabalho com os símbolos e suas narrativas: na linguagem propriamente dita, a palavra, como na comunicação visual, na programação (sim eu falo a língua do 010101), nas emoções, no corpo, no céu, nos oráculos e no tarô, na linguagem da alma, a poesia, nos sonhos. Pra mim é tudo linguagem e narrativa. Eu leio toda e qualquer situação, no macro ou no micro. Se houver uma linguagem presente (um padrão) eu decifro.
Espero que esse texto ajude a entender um pouco mais o meu trabalho.
Maceió, 17 November 2024.
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